Nesta porção nós temos várias leis sociais, por exemplo, como tratar o próximo. A Torá nos diz: "Kitem ish em hehu kessef o kelim lishmô." Se uma pessoa dá para outra dinheiro, ou qualquer outro artigo para guardar, e houve negligência e o assunto foi roubado...
Neste caso o guardião deve fazer uma dupla restituição. Precisa devolver em dobro. E a Torá entra em detalhes: “Alcod va peishach” – em qualquer caso que seja – “Al shoch, al chamoch, al sê, al salmá” - envolvendo um boi ou jumento (um burro), um cordeiro, uma roupa.
Qualquer coisa objeto da negligência. Assim, se houve de fato negligência e o tribunal declarar culpa, neste caso o guarda, ou quem mantinha o objeto sob custódia, terá que pagar em dobro – “ein shalem shnaim em le hehum”. Ele tem que devolver uma dupla restituição.Nós sabemos que a Torá muitas vezes fala em um nível físico, mas também alude a assuntos espirituais e profundos.
E aqui nós temos realmente algo muito profundo atrás das palavras do texto bíblico.
O guardião é o judeu. Cada judeu recebe para guardar algo precioso de D’us, que é a alma Divina. Cada um de nós recebe uma neshamá, que é um pedaço de divindade, de energia divina, e tem que cuidar dela, guardar bem.
Não basta nem cuidar, tem que alimentá-la. A alma vem aqui com uma missão: iluminar ao seu redor, então a pessoa tem que se cuidar para ela não se desviar, para ela não entrar na escuridão e assim diante, a fim de que possa realmente cumprir sua missão, que é iluminar ao seu redor, melhorar este mundo, e isso se faz através de Torá e Mitsvot.
Mas, e se o judeu não cuidou bem da alma, ele realmente não foi um bom guardião, um bom vigilante, por que isso pode acontecer?
Diz-nos a Torá que há 4 casos ou por 4 motivos, e a Torá usa a palavra – um boi, um burro, um cordeiro ou uma roupa.
Na realidade, aqueles 4 motivos são os 4 tipos de yetser hará. Cada um de nós tem uma alma animal, uma má inclinação que muitas vezes nos faz desviar do caminho. Para um é um boi chifrador, para outro é um cordeiro mansinho; já para outro é a frieza do burro. Ou pode ser uma vestimenta que não é nossa. A gente veste roupas e filosofias que são estranhas e isto faz com que nos desviemos.
Então qual é o conserto? A Torá diz: “ein shalem shnaim en le hehu” - tem que dar uma porção dupla, devolver em dobro. Se um judeu tinha um shiur (palestra, aula), ele vai ter dois. Se ele aprendia na verdade 10 minutos, vai aprender 20 minutos; se fazia uma mitsvá, fará duas. Ele aumenta em Torá e mistzvot. Se faz isto, ele conserta a situação e automaticamente conserta os erros e os converte em méritos.
O Rabino David Weitman é um rabino atuante no ishuv (comunidade judaica) e também referência em assuntos chassídicos.
"Existe um versículo na Torá onde está escrito “Torá Tsivá Lanu Moshe” (a Torá que Moshé nos ordenou). O valor numérico da palavra Torá é 611. Se adicionarmos os dois primeiros mandamentos que o povo de Israel ouviu no Sinai diretamente de D’us totaliza-se o número 613, o número de mandamentos ordenados por D’us."
Rabino David Weitman
Legal Saber é uma especial realização do Rabino David Weitman, cuja missão é inspirar pessoas no caminho da Torá e Mitzvot. É Legal Saber que há razões que motivam a produção e propagação da essência judaica significativa para a vida pessoal, familiar e profissional de cada um de nós.
"Moshé recebeu a Torá do Sinai e a passou a Yehoshua; Yehoshua, aos Anciãos; os Anciãos, aos Profetas; e os Profetas a passaram aos Homens da Grande Assembleia."
Ética dos Pais 1:1